quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É só o amor

Dentre muitas coisas que tem invadindo a minha mente trazendo pensamentos e mais pensamentos, algo hoje martelou muito ao ponto de me surpreender. Algo simples que veio acompanhado com uma música de Renato Russo, baseada na Palavra de God: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há”.

Se você quer medir o quanto alguém, ou você mesmo é verdadeiramente cristão, é só olhar pra dentro e buscar em sua essência, e consequentemente nas suas ações, o que você tem feito pelo seu próximo. Isso pode parecer algo simples, mas não é bem assim. A confiança dentro de um relacionamento acontece com a troca. Quando percebemos que alguém nos conta algo muito pessoal ou nos pede ajuda, naturalmente o sentimento de que temos algo dessa pessoa abre a possibilidade de eu também dar-lhe algo.


O amor para com o próximo vem de Deus, e só o tem quem tem a Deus como seu amigo. Esse amor é a vontade de manifestar esse Deus para os outros, e ele não gera a necessidade de que a outra pessoa te dê algo, é movido pelo simples prazer de compartilhar. Isso muda o nosso comportamento, isso nos traz a uma realidade completamente diferente da qual estamos acostumados.

Em grupos, é comum buscarmos os parecidos, os que partilham do mesmo ideal, da mesma visão, mas esse amor vai bem além disso, e esse amor é o que deveria estar no meio das igrejas. Mas por que será que isso não acontece? Por acaso não existem pessoas amigas de Deus? Não vou entrar nesse mérito, isso fica por conta de você que está lendo. O que me incomoda é que hoje as pessoas estão mais preocupadas com seus ideais, com sua forma de culto, com a obediência incondicional. Não aceitam as pessoas como elas são, querem que tudo seja rápido e à sua maneira. Para ser aceito é preciso estar de acordo com os padrões pré estabelecidos.

Amar e ser amado nas condições atuais é uma missão quase impossível, mas é preciso continuar, é preciso passar por certas situações. Acredito que por isso Deus estabeleceu o novo mandamento começando por Amarás o Senhor, teu Deus...(Lc 10.27)”. Gosto muito de uma citação da Clarice Lispector: “Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.”. Separada assim pode trazer conclusões erradas, mas na essência esse pensamento é bem interessante, pois se amamos a Deus e acreditamos (fé) no sacrifício de amor que Ele passou, somos salvos, mas a prova dessa salvação se dá no amor ao próximo.

Depois de escrever tudo isso, aprendi novamente que preciso ter paciência, muita paciência com os que não entendem a essência desse amor. Aprendi que amar é um exercício, que vem acompanhado do fruto do Espírito Santo, com ênfase na longanimidade. Aprendi que tenho muito ferro pra malhar, ou seja, é um exercício diário. Aprendi que nada sei, mas que preciso continuar olhando para o alto e apenas trazendo à lembrança àquilo que me traga esperança.

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