Como são interessantes as
reações diante de algo que aparentemente lhes trazem segurança. Como é fácil
identificar o quanto é importante para alguns o ambiente que a instituição proporciona
e o efeito que causa em sua vida social, os benefícios que trazem para seus
problemas psicológicos, o alívio para muitas frustrações. E digo que isso é
muito bom! Só que isso não é o resumo de igreja, tem muito mais coisas, são
efeitos que algumas atitudes do aglomerado trazem. O problema disso tudo, é que
muita gente por aí tem levando a ferro e fogo quaisquer comentários, críticas,
qualquer coisa que seja dita contra a instituição, pois automaticamente é feita
uma ligação entre a instituição e seus benefícios, e o fato de passar pela
cabeça a possibilidade de alguém ameaçar esse benefício, já chamam para briga,
rotulam e por aí vai.
É muito difícil para muitos separar o que a igreja de
Cristo é, do que as instituições (utilizando diversas metodologias) fazem. E
com isso, críticas feitas à igreja e seu papel significam críticas e destruição
da instituição. É um caso complicado, mas separá-las e juntá-las de acordo com
seus pontos de intersecção trazem uma visão mais clara, mais madura do nosso papel
em ambos.
A Igreja de Cristo, a Noiva é o povo em
comunhão, é o momento em que buscamos a Deus e juntos compartilharmos. São as
nossas reuniões de verdade, a adoração, o louvor, é o nosso culto racional. A
instituição é o conjunto de regras que se transformam em comportamentos,
condutas determinadas por interpretações diversas de socialização, seja de
origem bíblica ou não, feitas por uma pessoa (líder/pastor/bispo/etc...) que
age de maneira isolada, ou atua dentro de um regime compartilhado, onde os
demais membros podem opinar também. Hoje são muito comuns (seja consciente ou
inconsciente) líderes que se utilizam de mecanismos de controle sobre o povo,
tais como: o dever de obediência às lideranças (modelo papal que impede
discussões, igualdade, colocando o líder em evidência e modelo), amarrações
psicológicas que associam pesos na consciência diante de certos pecados (você
está errado, está fraco e não pode nada, precisa da minha ajuda),
comportamentos pré-estabelecidos os quais uma vez não seguidos excluem os
demais do grupo (só pode exercer algum dom ou talento se os ministérios
estiverem dentro das regras, que incluem assiduidade às programações, roupas
pré determinadas, gostos controlados, etc.), e por fim o incentivo a trazer
mais pessoas para a instituição baseados na constatação de frutos como condição
de crescimento e autenticidade de sua vida cristã (se não trouxer outros para a
instituição, o membro não cresceu e precisa fazer isso, ignorando que o fruto é
manifestado de muitas outras formas, e que as conversões, que são derivadas da
atuação do Espírito Santo e não da igreja, vão proporcionar mudanças na vida de
pessoas as quais não necessariamente irão se tornar membro da mesma
instituição, ou pelo menos não em um primeiro momento).
O tema pode parecer polêmico,
mas não acho isso. Não é intenção criticar apenas, mas compartilhar uma
preocupação em relação à falta de abertura que os cristãos têm dado para
questionamentos. O próprio apóstolo Paulo ensina a consulta e validação de
mensagens, de palavras ditas à luz da Bíblia. Se a instituição manipula algo,
tem que ser criticada, e se você é membro dessa instituição deve se pronunciar,
não deve se calar. Quando a instituição realiza um belíssimo trabalho social,
prestando serviços à comunidade, fazendo com que você que se sente uma pessoa
tímida tenha espaço e se desenvolva; você que se sente rejeitado venha a ser
amado, você que não sabia fazer nada aprenda um instrumento, uma profissão,
isso deve ser reconhecido. Mas por outro lado, em relação à igreja, movimentos contra a participação de certas pessoas (só pode quem segue tudo), o foco dado para shows e
eventos são maiores do que o da leitura e estudo da Palavra, a pregação é sobre
orar e ganhar e não buscar resposta em Deus, enfim, o buscar primeiro o Reino
de Deus e as demais coisas (que são essenciais e não te enriquecem) serão acrescidas
se perdem, e com isso temos um desequilíbrio, que evidencia que a instituição
está indo muito bem, obrigado, mas que a igreja em seu papel está indo muito
mal, e fica clara a diferença entre as duas. O ponto sempre é o equilíbrio.
A igreja somos nós!
Aguardem Igreja X Instituição II
Aguardem Igreja X Instituição II
já viu isso aki?
ResponderExcluirhttp://casadovidente.blogspot.com/2011/11/i-have-dream.html
Manow Ton, muito bom, divulgando no twitter e no facebook. Feliz por saber que você também faz parte do time dos desconectados.
ExcluirPaz